23 janeiro, 2007

Expressão

(Marco Rodríguez)

Dentro da curva inesperada

dos meus braços,

transbordam os gestos

numa espiral imperceptível.

Nas pontas dos meus dedos

se alonga a neblina

que deriva do inverso da loucura

quando prendo nos dentes

a superstição da lua

ou esboço no riso

a cumplicidade dos espelhos

timidamente transparentes

para dizer que só pelo silêncio

se vence o labirinto das palavras

e se mede a solidão.

(Graça Pires)

3 comentários:

Anónimo disse...

"No ponto onde o silêncio e a solidão
Se cruzam com a noite e com o frio,
Esperei como quem espera em vão,
Tão nítido e preciso era o vazio."

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Anónimo disse...

O silêncio ecoa-me no espírito.

Anónimo disse...

O silêncio pode ser, sem dúvida, o melhor dos espelhos!