“Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. ”
(Foto retirada do google; Texto de Haruki Murakami, in Kafka à beira-mar)
6 comentários:
Muito bem!...
-GOSTEI.
"Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê?"
Às vezes são as tempestades em/de nós que mais estragos causam...
Gostei muito do blog que andei a visitar.
Bjs*
Sofia
comecei a le ro livro ha pouco tempo, mas adorei este bocado logo no inicio..
bm blog :)
madrugada: O livro tem passagens deveras interessante.
Bem-vindo/a.
delusions: Essas tempestades terão de ser resolvidas por nós...
Obrigada pela visita Sofia :)
rita: Ainda não terminei o livro, estou a saborear cada palavra, com tempo...
Agradeço a visita.
gostei da amostra, apeteceu me beber todas as palavras seguintes.
wonder woman: Para o fazeres basta comprar o livro. :P
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