04 julho, 2007


















Não canto porque sonho.

Canto porque és real.
Canto o teu olhar maduro,
O teu sorriso puro,
A tua graça animal.


Canto porque sou homem.
Se não cantasse seria
O mesmo bicho sadio
Embriagado na alegria
Da tua vinha sem vinho.


Canto porque me apetece.
Porque o feno amadurece
Nos teus braços deslumbrados.
Porque o meu corpo estremece
Por vê-los nus e suados.




(Fotografia de Jean Paul Four; poema de Eugénio de Andrade)

1 comentário:

Anónimo disse...

O Eugénio sabe sempre bem!