12 setembro, 2006

Por vezes, nos sítios mais estranhos, encontro algo para ler, que me distrai do que me rodeia e me deixa extasiada, que satisfaz…


“Inevitavelmente, voltamos sempre ao mesmo: o amor!...
Tudo já foi dito e redito, tudo teve o seu direito e o seu avesso, no entanto, quando o dizemos de dentro, é como se tudo num breve instante se esbatesse e reencontrássemos a voz primordial. É assim com a pessoa amada, é assim em todas as canções de amor.
Claro que gostamos de finais felizes, claro que fazemos sentir a nossa falta, claro que nos irritamos, claro que projectamos na voz da pessoa amada os nossos mais secretos desejos…
Claro que nos desiludimos para voltarmos ao mesmo: o amor!
Atravessamos um deserto cego e frio e só depois nos damos conta; deixamos livros marcados para que o outro dê conta de nós; rasgamos a pele e a roupa para que, num desespero de carência, se ofereça o essencial… e, no entanto, só perante o amor avaliamos a nossa total fragilidade. É o suspenso momento de todas as indefinições, de todos os medos, de todas as dúvidas… Mas, simultaneamente, o grande delta de toda a razão de ser, a grande casa inacabada.”

João Monge In CD O Assobio da cobra

1 comentário:

Bandida disse...

É o outro lado único da existência... :)