12 setembro, 2006
Palavras...
Já ouvi dizer: 'Palavras para quê? O que conta são os gestos, as acções...'
Palavras para escrever, ler, ouvir, falar, envolver, cativar.
As que desejamos, apaixonamo-nos, amamos, odiamos, cheias de sentimentos. Envolvem...
Palavras de ontem, hoje e de amanhã, que perpetuam no universo, certas e certezas, incertas e cruéis.
'Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.'
Alexandre O'Neill
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Palavras.Estas são um prolongamento daquilo que sentimos.Tal como os actos, são uma materialização daquilo que nos varre a alma, o corpo, a mente.
Há palavras qe marcam mais que um simples acto, como também actos que dispensam qualquer palavra.
São assim duas formas de expressão que deixam em nós a sua marca.
Parabéns pelo blog. Até agora gostei do que li.
silvia neves:
Pessoalmente as palavras têm um significado muito importante, e foi o que quis expressar, mas sim os actos, como escreves, por vezes 'dispensam qualquer palavra'.
Obrigada pela visita :)
É lindo este poema! :)
**
Ao passar por aqui deparei com este belo poema de A. O´Neill que não conhecia e que ontem, a propósito, de um poema também sobre as palavras que publiquei no meu blog, tiveram a gentileza de deixar na caixa de comentários.
Confesso que não conheço muito a poesia de Alexandre O`Neill, mas este poema arrebatador deizou-me o desejo de a conhecer melhor.
Enviar um comentário