São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim,
crúeis,
desfeitas,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade)
26 março, 2007
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3 comentários:
outras palavras.
eu escuto-te.
beijo
B.
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as palavras matam e beijam...
No intervalo das palavras ouvem-se as silenciadas.
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